terça-feira, 24 de maio de 2016

Entrevista

Entrevistado: Thomas Arnaldo de Jesus
Escola: CEF 07 de Ceilândia - Rede Pública
Atividade Exercida: Professor de Libras em classes bilíngues para surdos
1 – Fale sobre a sua formação acadêmica:
Thomas possuí formação em Letras/inglês – Gosta de ler e escrever, por isso escolheu fazer esse curso, e não só para trabalhar com gramática e literatura no ensino fundamental. Pensou na possibilidade das técnicas de interpretação de texto e conhecimentos gramaticais serem favoráveis em provas de demais concursos em que pretendia pleitear uma vaga. Contudo, tais interesses denotam competências linguísticas básicas que devem estar presentes em todas as profissões. Principalmente em sala de aula, onde por fim, faz valer sua graduação como professor.
2- O que fez você escolher a profissão de docente nos anos iniciais do Ensino Fundamental?
Talvez pelo sentimento de vocação desde pequeno ou mesmo por ser um dos caminhos menos tortuosos a se chegar ao cargo público, porém, a permanência na profissão vem acompanhada de paixão. Não só pude desenvolver minhas ideias como encontrei um ambiente fantástico, onde pude colocar em prática meu objetivo de ajudar as pessoas na concepção mais ampla da palavra educação.
3 – A sua formação no curso superior de Letras foi suficiente para que pudesse desenvolver um trabalho docente seguro e de qualidade junto aos seus alunos? Explique.

 Sim! Pois deve haver uma metodologia, um prévio conhecimento do que vai ser aplicado em sala (conteúdo), para quem (aluno com alguma especificidade), e como (alfabetização). E essa preparação dá-se pela educação superior, com professores especialistas, mestres, ou doutores, com vasta experiência e prática pedagógica. Ensinar não pode ser algo solto, que o professor entra em sala e aplica o que bem entender, ou achar que seja melhor para aquela classe ou cultura ali inserida. O professor deve ter conhecimento cientifico de autores educacionais e filósofos, para saber lhe dar com alguns tipos de situações que nem sempre vêm com a prática. Não é ter somente metodologia, é necessário também a didática.
4 – Quais são as suas maiores dificuldades profissionais?
O sistema de ensino é precário – de verba e principalmente de gestores e funcionários (administrativo). Costumo dizer que o Brasil não é o país da educação, pois não há políticas públicas decentes para melhorar a estrutura escolar, modernização (como uso de tablets por exemplo), investimento em cursos para os docentes etc. Há mais investimento para uma copa do mundo que durará 1 ano que para educação de toda a vida. Não é somente colocar um giz na mão do professor, que é um trabalhador essencial para o desenvolvimento do país, e achar que isso é suficiente para que ele possa prestar um trabalho de qualidade. É preciso que tenhamos condições para trabalhar de forma confortável e empolgante. O consenso é que a equação depende diretamente da qualidade das condições salariais e de trabalho de quem tem sob sua responsabilidade ensinar a ler, escrever, fazer contas e, mais que isso, contribuir para a formação de cidadãos e de futuros profissionais. Nobre e estratégica em qualquer projeto de nação, porém, a profissão é cada vez mais desprestigiada no país e também a menos atrativa. E não faltam motivos para a carência cada vez maior de mestres em sala de aula.
5 – Que nota você daria para o seu trabalho como docente e o que buscaria melhorar?
Nota 9. Primo na qualidade do ensino: conseguir ensinar de forma que os alunos consigam aprender. Tento melhorar sempre a partir desse princípio. Outro ponto é a didática – aprender a ensinar alunos desestimulados, ter paciência com os mesmos, e analisar os pontos chave para prender todos os alunos em minhas aulas. Outro fator importante refere-se aos materiais usados em sala, por tratar-se de alunos surdos, ainda devo melhorar no uso de mais imagens e cores (giz de cera, lápis de cor, revistas), e modernizar o projetor, visto que a secretaria de educação é precária o suficiente para investir na educação especial.
Escolhi entrevistar um intérprete de Libras, por ser a profissão que escolhi para exercer no meu futuro.
Por, Elaine Carvalho de Araújo

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